A despenalização da eutanásia foi aprovada esta sexta-feira no Parlamento por larga maioria. Quase um ano depois, o diploma final – que resulta da fusão dos projetos do BE, PS, PAN, PEV e IL – teve luz verde com 136 votos a favor, 78 votos contra e quatro abstenções. Agora o diploma seguirá para Belém - só por o CDS ter suscitado um adiamento é que não caiu em plena campanha eleitoral para as presidenciais - , cabendo ao Presidente da República promulgá-lo, vetá-lo ou enviá-lo para o Tribunal Constitucional.
A questão fraturante voltou a dividir bancadas, com 56 dos 79 deputados do PSD a votarem contra (Rui Rio votou a favor), assim como 10 do PS, mais os deputados do PCP, CDS e Chega. Vários deputados fizeram questão de apresentar declarações de voto para justificar a suas posições.
Do lado do BE, José Manuel Pureza, congratulou-se com a aprovação da morte medicamente assistida, defendendo que a lei é "equilibrada" e "justa" e foi a "resposta certa da democracia aos fundamentalismos e ao medo". E em homenagem ao falecido deputado do BE, apelidou a "lei João Semedo" ."A humanidade grande de João Semedo cunharam esta lei. Este teria de ser o dia em que o João estaria aqui para a aprová-la", declarou o deputado bloquista.