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Política

Os cinco marcos de Guterres na ONU, segundo o MNE

O chefe da diplomacia portuguesa promete “empenho a 100%” se o secretário-geral das Nações Unidas avançar para um segundo mandato

MIGUEL A. LOPES/LUSA

É um dos segredos mais mal guardados da ONU: no primeiro mandato um secretário-geral deve esforçar-se por não incomodar os Estados-membros, sobretudo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Afinal, estes têm o poder de veto que inviabilizaria quaisquer aspirações a uma renovação de votos, além de contribuírem com a maior fatia para o orçamento anual da organização. Guterres não foi diferente. Negociador nato, homem de consensos, “picareta falante” (no célebre batismo de Vasco Pulido Valente), o antigo primeiro-ministro passou de alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados para chefe máximo da organização. Nos últimos quatro anos (e a um do final do seu mandato), Guterres conviveu com Trump na Casa Branca e, mais recentemente, com a pandemia de covid-19. Mais do que grandes conquistas, conseguiu manter a máquina a funcionar, o que não é de somenos quando os EUA, que representam 20% do orçamento anual, ameaçaram fechar a torneira.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros é bastante mais laudatório no balanço que o Expresso lhe pediu, falando em “resultados muito positivos” e “inequívocos”. Quanto a uma possível recandidatura, Augusto Santos Silva lembra que a decisão “pertence evidentemente ao próprio” mas que, a confirmar-se, será “um fator de júbilo e orgulho para Portugal e os portugueses” e “contará com o empenho a 100% da nossa diplomacia”. “Entre o muito já alcançado” por Guterres, o governante destaca o seguinte: