Política

Jerónimo insiste: “É preciso salvar a TAP”, mas não aceitar os “ditames” da União Europeia

Secretário-geral do PCP diz que é fundamental defender o “interesse nacional” e adotar “medidas urgentes” que garantam os direitos dos trabalhadores da companhia área

RUI MINDERICO/LUSA

No dia em que foi anunciado o plano de reestruturação da TAP, Jerónimo de Sousa insiste na necessidade de "salvar" a companhia aérea, mas sem ceder às pressões da Comissão Europeia.

"Precisamos de uma empresa de bandeira, uma companhia de aviação com todo o prestígio nacional e internacional e que essa empresa seja reestruturada e que continue a ter a sua atividade. Isto é uma questão de soberania também", afirmou o secretário-geral do PCP em declarações à RTP3 à margem da manifestação da CGTP junto ao Ministério do Trabalho.

Para Jerónimo de Sousa, salvar a TAP é acima de tudo uma "decisão compatriota de fundo" e não permitir que a companhia aérea seja "reduzida a uma empresa regional e a um pequeno acessório de uma qualquer multinacional da aviação".

"Achamos profundamente inaceitável que se procure aceitar os ditames da União Europeia numa decisão que compete a nós. Há uma responsabilidade principal, um posicionamento patriótico, que salvemos a TAP. Mas, naturalmente, uma TAP pública, a que deveria ser acoplada a questão da ANA, porque estes estes problemas acentuaram-se com a privatização da ANA", acrescentou.

Confrontado com o facto de se prever a saída de 2 mil funcionários da TAP, o líder comunista defendeu que são necessárias medidas para salvaguardar os direitos dos trabalhadores. "São precisas medidas urgentes que garantam direitos fundamentais, designadamente o salário desses trabalhadores, e encetado o processo de reestruturação procurar que esses postos de trabalho sejam defendidos e que continuem para bem da TAP e do nosso país", rematou.