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PCP vai continuar a negociar com PS. Jerónimo avisa Costa: sem os comunistas, não há “alternativa”

O secretário-geral do PCP deixou claro que o PCP quer fazer parte da solução para evitar políticas de direita. Antes, Jorge Pires tinha dado todos os argumentos. Citando Cunhal, disse que os aliados não se escolhem por questões "emotivas", mas "políticas"

ANTÓNIO COTRIM

Jerónimo de Sousa fechou o último dia de congresso do PCP com uma mensagem clara, para António Costa anotar no Palácio de São Bento: o PCP continua disponível negociações - pontuais - com o PS, mas os socialistas terão de pagar caro essa disponibilidade. Isto porque, a partir de agora, “uma alternativa política não será possível sem o PCP”, Jerónimo dixit.

No primeiro dia de reunião em Loures, na sexta-feira, Jerónimo entrou com uma mensagem mais dura e baseada nas falhas do PS. Mas esse discurso tinha uma lógica e um propósito: era preciso assegurar a liberdade e independência do partido um dia depois de ter viabilizado mais um Orçamento ao Executivo. Por isso mesmo, o líder comunista lembrava, tentando desmistificar a ideia de que o PCP é o parceiro mais fiel ao PS: “O PCP não é Governo nem faz parte de nenhuma maioria”.