Política

“As vidas não têm prazo de validade”: Costa recusa plano da DGS que coloca idosos como última prioridade de vacinação

“Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade”, acrescentou o primeiro-ministro no Twitter. Segundo o plano da DGS, os idosos acima dos 65 anos devem ser protegidos depois de quatro grupos na primeira linha, incluindo as pessoas saudáveis e com uma idade menos avançada, entre os 60 e os 64 anos

MÁRIO CRUZ/LUSA

O primeiro-ministro recorreu ao Twitter para reagir ao primeiro plano da Direção-Geral da Saúde (DGS) para vacinar os portugueses contra o novo coronavírus, que coloca a população mais vulnerável à infeção no fim da lista de prioridades. O assunto faz a manchete da edição desta semana do Expresso (“DGS coloca idosos como última prioridade”), o que António Costa rejeita liminarmente.

“Há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos. Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade”, escreveu o chefe de Governo.

Segundo o plano da DGS, que foi criticado em reunião de peritos, os idosos acima dos 65 anos devem ser protegidos depois de quatro grupos na primeira linha, incluindo as pessoas saudáveis e com uma idade menos avançada, entre os 60 e os 64 anos.

A proposta foi apresentada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, na reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública da semana passada e provocou indignação. Alguns dos 22 peritos pediram até que o plano preliminar fosse ignorado de imediato.

Em nota enviada às redações, o Ministério da Saúde esclareceu entretanto que “a estratégia de vacinação ainda não foi discutida com o Ministério da Saúde nem validada politicamente”. “As informações vindas a público estão incluídas num documento meramente técnico e são parcelares e desatualizadas”, acrescenta a nota.