António Costa esmerou-se na forma. Falou de "serenidade" e de "bom senso" e foi em registo sereno, pedagógico, disponível para explicar e apostado em desdramatizar, que esta segunda-feira de manhã assumiu, no Palácio de Belém, que acabara de propôr ao Presidente da República que decretasse o estado de emergência.
Marcelo Rebelo de Sousa não esperava outra coisa. Quando, na semana passada, o Presidente corrigiu o Governo sobre a proibição de se circular entre concelhos no Dia de Finados dizendo que (sem estado de emergência) não era proibição, era apenas "recomendação", o PR estava a ser muito claro. Entendia que faltava cobertura jurídica às medidas que o Governo já estava a tomar e que, como estava a transmitir aos partidos, admitia vir a ter que endurecer.