O presidente da Câmara de Gaia e líder da Área Metropolitana do Porto (AMP) defende que está na hora de o Governo decretar estado de emergência para que os autarcas do Grande Porto possam tomar medidas mais restritivas para estancar o surto na região, “antes que seja tarde demais”. Eduardo Vítor Rodrigues afirma que a posição de Luísa Salgueiro, que preconizou regras mais apertadas para Matosinhos, como o encerramentos dos centros comerciais às 21 horas, foi uma pedrada no charco, mas numa região com movimentos pendulares de pessoas entre concelhos "não faz sentido tomar medidas avulsas”.
Para o autarca socialista, o ponto de partida para travar o surto é o estado de emergência, de forma a que os municípios possam de forma articulada impor regras como o recolher obrigatório a partir das 23 horas ou meia noite. “Esta medida permitiria acabar com um foco de risco comum a todos os concelhos, que é o ajuntamento de jovens após o jantar”, diz Eduardo Vítor Rodrigues, que lembra que quaisquer restrições que venham a ser tomadas agora só terão consequências visíveis daqui a semana e meia, razão que sustenta que é preciso atuar já “antes que seja tarde demais”.
O líder da AMP avança que com este pedido ao Governo os autarcas da região não estão a fazer prova de vida, mas a advertir para um cenário preocupante e que pode levar ao colapso dos profissionais de saúde e à saturação, “se é que já não estão em exaustão”. O edil pede por isso ao Governo que reúna com os autarcas, “que são quem melhor conhece os problemas no terreno”, antevendo desde já o fecho das escolas do Ensino Básico, Secundário e universidades e o ensino à distância na região durante 15 dias.
Outras das medidas que defende para estancar a epidemia é o desfasamento de horários nas empresas para evitar a concentração nos transportes públicos, bem como o trabalho de equipas em espelho nos serviços públicos da administração local. O autarca diz ainda que é preciso rever a estratégia de comunicação da tutela, referindo que os dados de infeções devem ser disponibilizados diariamente online, havendo depois uma conferência de imprensa semanal e presencial da Direção-Geral da Saúde com jornalistas.