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Tribunal de Contas. José Tavares, o juiz que sabe “prevenir conflitos”

Marcelo achou Vítor Caldeira “ótimo” e justifica a sucessão com a tese do “mandato único”. Em 1997, porém, quando negociou a revisão constitucional com Guterres, o PSD liderado por si absteve-se nessa matéria.

Marcelo na posse do novo presidente do TdC: “Desenganem-se os que esperam uma via aberta para a corrupção”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/POOL/LUSA

Ter-se reunido com membros do Governo de José Sócrates e ajudar a encontrar uma saída para que seis PPP rodoviárias não ficassem paradas é próprio de um juiz do Tribunal de Contas (TdC)? O Presidente da República não tem dúvidas: não só é próprio como merece elogio. Trata-se de “alguém que executou com lealdade orientações superiores na busca de prevenir tecnicamente conflitos, correndo riscos de exposição pessoal”. Para Marcelo Rebelo de Sousa, desbloquear impasses dentro da legalidade faz parte das funções de um diretor-geral do TdC, e era esse o cargo de José Tavares quando essas reuniões ocorreram.

Ao dar-lhe agora posse como presidente do Tribunal, após o Observador noticiar que José Tavares esteve reunido com o ex-secretário de Estado Paulo Campos e foi referido no inquérito das PPP, onde se investigam prejuízos de milhões para o Estado, Marcelo foi enfático na defesa da sua escolha. “A decisão é minha e de mais ninguém”, afirmou, apostado em afastar a ideia de ter cedido ao Governo, que não quis reconduzir o ex-presidente do TdC que viu riscos nas intenções do Executivo de facilitar na contratação pública.

Com Vítor Matos

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.