O PS e o PSD podem não estar 100% de acordo sobre o que fazer aos fundos europeus para responder aos efeitos da pandemia, mas têm-se aproximado em várias matérias laterais que permitirão torná-los mais simples de aplicar (e menos transparentes, dizem os críticos). Enquanto António Costa procura à esquerda um acordo para a legislatura e para o Orçamento do Estado, vai piscando o olho ao PSD, sempre com ambos os lados a negarem “negociações”. Aliás, o primeiro-ministro até disse, em entrevista ao Expresso, que se a esquerda lhe faltasse não iria negociar a “subsistência” do Governo com o PSD. Isso não o tem impedido, no entanto, de ir fazendo acordos com o partido de Rui Rio.
Os exemplos mais recentes passam não só pela participação de Rui Rio na escolha do novo presidente do Tribunal de Contas, nem por o PSD ter salvado a proposta de lei do Governo que simplifica a contratação pública ou ainda por terem concordado num pedido de auditoria do Tribunal de Contas ao Novo Banco. Ao longo de 2020, sobretudo depois da pandemia, este longo rol de acordos acrescenta-se a outros.