O chumbo da lista apresentada este domingo pelo líder do Chega, André Ventura, para a direção nacional do partido deixou António Teixeira Silva “muito triste e desiludido”. “Isto envergonha-me, magoa-me como homem e como ser humano. A maioria de nós não somos seres humanos, somos teres humanos”, acrescenta o comerciante de 80 anos, que se encontra na II Convenção do partido, que decorre este fim de semana em Évora, na qualidade de observador.
“Se não nos seguramos, isto vai ser um partido igual aos outros. O André escolhe a sua equipa como um treinador ou o presidente de um clube e depois a lista é chumbada. Se fosse eu, depois de ouvir ali que a lista tinha sido reprovada, eu demitia-me”, diz ao Expresso. Questionado sobre se considera que o presidente do partido devia demitir-se, responde que não. “Mas era o que eu faria. É uma bofetada muito dura. Isto magoa-me, estou ferido”, sublinha este observador de Amarante. Teixeira Silva aponta os culpados pelo chumbo: “Os tachistas que perderam as eleições nas suas distritais”. Mas não concretiza, limitando-se a dizer: “Isto tem de ser um partido diferente e para alguns é mais do mesmo”.