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Do lirismo do “engenheiro poeta” ao pragmatismo do “jurista governante”: há 57,9 mil milhões para gastar e não se pode “desperdiçar” um euro

António Costa Silva e António Costa apresentaram durante duas horas e meia os eixos em que se vai basear o investimento público nos próximos dez anos. Visão do conselheiro não descola da visão do programa de Governo nem lhe deixa muitas batatas quentes para resolver, mas "não dá para tudo", avisou o primeiro-ministro. Agora, que o trabalho de Costa Silva está acabado, começa a política. Vem aí mais um pedido de "consenso alargado".

Foram quase duas horas de "engenheiro poeta" para pouco mais de meia-hora de "jurista governante". A diferença nas declarações de António Costa Silva e do seu quase homónimo António Costa foi praticamente só na duração e no modo na apresentação da "Visão estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030": o plano do primeiro encaixou e deu argumentos aos planos do segundo, que já vêm do programa do Governo.

O conselheiro do primeiro-ministro detalhou o que defende para o país no day after da crise económica; o primeiro-ministro foi ao osso para dizer como vai pagar e quais os pontos prioritários. Nesta manhã, acabou o trabalho de Costa Silva, começa "o trabalho de um jurista que é governante" que tem de ser feito "em marcha acelerada", disse Costa. E este trabalho começa com um pedido de "consenso alargado". Mais um.