A coordenadora do Bloco de Esquerda aponta as discordâncias entre Ana Gomes e Marisa Matias para afastar a ideia de que entram no mesmo eleitorado: trabalho, ambiente, NATO e União Europeia são as principais diferenças entra as candidatas. Em entrevista ao Expresso, Catarina Martins assume que o Bloco nunca pensou em apoiar outra candidatura.
Marisa Matias avançou esta semana com uma candidatura presidencial, dizendo-se socialista, laica e republica. É uma piscadela de olho aos socialistas, que não apoiam um candidato?
Sou suspeita sobre a Marisa, porque além de camarada sou muito amiga dela, e é das pessoas mais extraordinárias e mobilizadoras com que trabalhei. É bom lembrar que, em 2016, num contexto com dois candidatos da área socialista, a Marisa Matias teve o melhor resultado que a esquerda de que o Bloco faz parte já teve em Presidenciais, e mostrou uma força extraordinária.
O Bloco tem obrigação de ter mais de 10 por cento desta vez?Não discuto percentagens nem faço especulações. O objectivo é sempre ter o resultado mais forte possível, mas nestas Presidenciais há um objectivo político muito relevante, que é o próprio debate político sobre as Presidenciais e de serem um momento de afirmação de alternativa de esquerda na resposta à crise, contra as inevitabilidades, contra mais do mesmo. A Marisa tem a força de afirmar que é preciso manter a exigência e a cabeça erguida.