Com a divulgação, esta semana, de mais um contrato polémico envolvendo o Novo Banco e sem ser conhecido ainda o resultado da auditoria, a oposição está a pressionar o PS para a criação de uma comissão de inquérito. A aprovação está quase garantida no Parlamento, falta saber qual será o âmbito e o timing dessa comissão. Se o PSD, o Bloco de Esquerda e o Chega defendem já o recurso a esse instrumento para apurar factos e responsabilidades — André Ventura já entregou uma proposta nesse sentido —, os outros partidos consideram que é vital conhecer antes os resultados da auditoria ao Novo Banco. Mas nenhum exclui a possibilidade de um inquérito parlamentar.
Rui Rio sublinhou que há quatro anos a seguradora GNB Vida valia €620 milhões e depois foi vendida por €123 milhões. “Ainda falta saber quem é o último beneficiário desta coisa”, questionou o líder social-democrata no Twitter em reação à notícia do “Público” sobre a venda da seguradora com um desconto de 70% coberto por ajuda estatal. Ainda do lado do PSD, o deputado Duarte Pacheco afirmou que as crescentes dúvidas em relação ao Novo Banco deverão levar inevitavelmente a uma comissão de inquérito que avalie o modo como foi “feita a venda do banco”. Na mesma linha, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, defendeu ontem, num artigo de opinião no “Público”, que, “se falham os poderes executivos na defesa do interesse público, chegará a hora de a Assembleia da República fazer o que lhe compete: um inquérito à gestão do Novo Banco”.