João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio, tem uma "crítica de fundo" ao novo pacote de medidas, anunciado esta segunda-feira pelo Governo, para amortecer o impacto da pandemia no emprego. "Estas medidas seriam aceitáveis se o nível de retoma económica correspondesse às expectativas do Governo", diz. Mas o problema é que não correspondem e, assim, as propostas do Governo não "são proporcionais às necessidades".
Há um "cocktail explosivo" à vista, segundo o patrão do Comércio, que pode rebentar em setembro. Neste momento, com "dois milhões de pessoas com rendimentos reduzidos pelo lay-off, o aumento de desemprego e uma persistente baixa do consumo", as perspetivas de João Vieira Lopes são negras: "O risco que prevemos é que em setembro e outubro exista um grave problema de viabilidade de muitas empresas, que têm custos muito superiores ao nível aceitável de receitas".