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Política

Políticos tensos. Acusação do BES destapou panela de pressão

Ventura aponta às ligações Marcelo/Salgado. Mortágua veta teses “benevolentes” e questiona o sistema. Rio quer reformar o regime. E volta a falar-se de Passos. Os megaprocessos cercam a legislatura. E as presidenciais

“Para mudar não chega um julgamento. É preciso alguma radicalidade política.” A frase é de Daniel Oliveira, foi escrita no Expresso e traduz o dilema com que a acusação de Ricardo Salgado, somada a outros processos que envolvem gradas figuras do regime, ameaça confrontar a classe política nos próximos meses e anos. Eis a questão: devem os políticos congratular-se por tudo isto provar que a Justiça funciona? Ou devem assumir que o caldo de cultura que permitiu casos como o do BES ou da Operação Marquês não mudou ao ponto de garantir que nada do mesmo calibre voltará a ser possível?

“Há várias formas de olhar para isto”, afirma ao Expresso Mariana Mortágua, a deputada do BE que teve um papel central na comissão de inquérito ao BES e para quem é um salto no escuro querer concluir que “Ricardo Salgado cai e o sistema fica limpo”. Mortágua contesta a interpretação “benevolente” com que o Presidente da República reagiu à acusação do seu velho amigo Ricardo Salgado, quando disse tratar-se de “uma boa notícia” por provar que “a Justiça está a funcionar” e que “a lei é igual para todos”. Na sua opinião, não é assim tão simples, porque “os instrumentos que permitiram este tipo de práticas continuam presentes”, sejam as offshores, as empresas “opacas”, os fundos “sem rosto” ou o ainda e sempre poderoso mundo dos advogados de negócios.

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