“Ninguém aceita troikas, ninguém aceita que seja um Governo nacional a decidir o que acontece noutros países, há formas de conseguir compromissos”, disse António Costa esta segunda-feira em Haia, à saída de um encontro com o homólogo holândes, Mark Rutte, de preparação do Conselho Europeu que vai discutir a recuperação da economia europeia devido à pandemia de covid-19. "Desta vez é um choque que nos atingiu a todos. Estamos a discutir um fundo que visa financiar a resposta a uma crise. Não é aceitável, como alguns dos frugais dizem, que seja necessário impor certas condicionalidades para apoiar certos países. itália e Espanha, por exemplo, devem representar 15% do mercado interno, a Holanda é um dos países que mais beneficiam deste mercado interno. É uma situação em que estamos todos perante o mesmo problema: ou saímos todos ao mesmo tempo do problema ou ficamos todos no mesmo problema", acrescentou o primeiro-ministro português, em declarações às televisões.
Questionado sobre se aceita um acordo com menos de 500 mil milhões em subsídios, António Costa começou por dizer que "temos de estar sempre disponíveis para ceder em alguma parte" quando se trata de uma negociação. "As propostas em cima da mesa têm favorecido as posições dos quatro frugais. Há um limite, chegará a altura de serem os outros a dizer não, 23 a dizer não em vez de 4", acrescentou. "A história de Portugal e a forma como saímos da crise anterior tem ajudado países com a Holanda e a Alemanha a olhar para outros países de maneira diferente: um país como o nosso recuperou da maneira que recuperou após a troika e de repente é atingido por este drama. Agora outros países compreendem melhor como é necessário responder."