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Líder do Chega demarca-se de Mário Machado. “Isso já não é democracia, é bandidagem”

Líder do Chega garante que não quer violência na manifestação convocada pelo partido para este sábado sob o lema “Portugal não é racista". E condena as atitudes de Mário Machado, que apelou à participação dos seus seguidores no evento: “Uma coisa são ideais mais de direita, outra coisa é a apologia de crimes de ódio”, diz Ventura. Certo é que o seu partido conta com vários dirigentes que já estiveram associados a movimentos de extrema-direita

ANTÓNIO COTRIM

André Ventura lamenta o apelo de Mário Machado, o líder da Nova Ordem Social, para os seus seguidores participarem na manifestação convocada pelo Chega para este sábado sob o lema "Portugal não é racista". O presidente do partido garante que nunca falou com o ex-líder dos hammerskins – uma ala radical e violenta do movimento skinhead – e acusa a organização de querer aproveitar o crescimento do Chega para ter "visibilidade".

"Não queremos qualquer tipo de violência na manifestação. Admitimos que possam surgir infiltrados desses movimentos extremistas, mas faremos tudo em conjunto com a PSP para controlar essas situações e manifestarmo-nos de forma ordeira", diz ao Expresso André Ventura.

Segundo o líder do Chega, o partido recusa associações a quaisquer movimentos violentos ou apologistas de crimes de ódio, apesar de poderem partilhar algumas linhas ideológicas. "Nunca contactei, nem fui contactado pelo Mário Machado. Uma coisa são ideais mais de direita, outra coisa é a apologia de crimes de ódio. Isso já não é democracia, é bandidagem", afirma perentório.

Ventura reagia assim ao apelo feito por Mário Machado na sua conta do Youtube em que dizia esperar que os "nacionalistas" e alguns com "tendências mais radicais" percebam que o Chega decidiu arriscar ao convocar esta manifestação. O líder da Nova Ordem Social pediu contudo que os seus seguidores não fizessem saudações nazis no evento, de forma a respeitar o partido de André Ventura.