Marques Mendes divulgou no comentário semanal na SIC um parecer pedido pelo Governo e entregue aos deputados na última sexta-feira para os "informar" que por causa da chamada lei-travão, estão “impedidos” de fazer alterações à proposta do Governo para o orçamento suplementar "designadamente diminuir receitas ou aumentar despesas.Para o comentador, para além deste parecer "que ninguém pediu" ser uma "iniciativa provocatória" e uma "intromissão", é uma contradição: "O que o Governo agora vem dizer neste parecer é o contrário do que o PS fez no passado.Quando Passos Coelho apresentou orçamentos rectificativos, o PS propôs a redução do IVA da restauração", proposta que "segundo este parecer, não seria possível".
O comentador criticou duramente a saída de Mário Centeno "nesta altura", nas vésperas "de uma crise maior do que a da altura da Troika" e diz que o ex-ministro das Finanças "deve" uma explicação ao país. "Pergunta-se: ele sai porquê? Ele sai porque está farto, ele sai porque quer um lugar mais bem remunerado, ele sai porque tem divergências políticas?" Para o social-democrata, Centeno "tem um umbigo do tamanho do mundo" e mostrou falta de sentido de Estado.
Agora, para Marques Mendes, o primeiro-ministro António Costa vai mandar "mais" no Ministério e vai ser "o verdadeiro ministro das Finanças", ao contrário de João Leão que apesar da competência técnica "não tem peso político".
Marques Mendes destacou ainda o facto de Portugal ser o segundo país da União Europeia com maior número de novos casos de infeção com o novo coronavírus e criticou a falta de coerência nas medidas de segurança no aeroportos, que começarão a ter mais movimento a partir da próxima semana. Para entrar em Portugal, basta "medir a temperatura corporal", mas Angola, por exemplo, "exige" uma prova de que se teve um "teste negativo". "Porque é que não há reciprocidade?"