Portugal divide com Espanha uma das vice-presidências do Banco Europeu de Investimento (BEI). E em Setembro sai a espanhola Emma Navarro, altura em que cabe ao governo português indicar quem fica com uma das vice-presidências do banco. Ricardo Mourinho Félix é o nome mais falado para o lugar, uma informação já adiantada pelo Eco e confirmada agora pelo Expresso. O secretário de Estado Adjunto e das Finanças sai com Mário Centeno nesta mini-remodelação e pode rumar ao Luxemburgo em Setembro, um cargo que deseja. Para já, segue para o seu lugar de origem, o Banco de Portugal.
A nomeação de um nome para o BEI é certa. Em Setembro, acaba o mandato espanhol, que é exercido em rotação com Portugal por acordo entre os dois países. A vice-presidência rodará e Portugal ficará por lá durante 3 anos, até setembro de 2023. Depois será de novo a vez de Espanha por um período mais longo.
Apesar de discreto, é um cargo bem remunerado e com as novas mudanças na Europa terá outra importância. Em Abril, o Eurogrupo acertou que um dos braços da resposta europeia de emergência passará por um reforço do Banco Europeu de Investimento em 200 mil milhões de euros. Será a partir do BEI que será dado o apoio às empresas. Como será feito ainda não está fechado. Das três respostas daquela decisão do Eurogrupo, só estão em marcha as duas restantes: as mudanças no Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da zona euro, e o SURE, a linha de crédito da Comissão Europeia destinada a apoiar os estado nas despesas relacionadas com o emprego.
O cargo no BEI é por isso apetecido por Portugal. Mas fonte das Finanças recusou olhar para esta nomeação como uma "troca" com o lugar da presidência do Eurogrupo, de que o país vai abdicar com a saída de Mário Centeno. É que a vice-presidência do BEI já seria ocupada por Portugal, dado que é um acordo que tem vários anos com o país vizinho.
De 2006 a 2010 o cargo foi ocupado nada mais nada menos do que por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Enquanto vice-presidente do BEI tinha a responsabilidade pela Direção Financeira e pelas operações de crédito para investimento em Portugal e Espanha, na Bélgica, no Luxemburgo, na América Latina e na Ásia. Saiu de lá nomeado por Teixeira dos Santos e José Sócrates para o Banco de Portugal, lugar onde termina o seu segundo mandato, em Julho.