O plano de retoma da economia, desenhado por António Costa Silva, será para mudanças a dez anos, mas o seu primeiro draft foi feito em dois dias. O engenheiro de minas recebeu um telefonema do primeiro-ministro no dia 24 de Abril e no dia da Liberdade começou a fazer um desenho daquele que será o programa de retoma da economia, um plano que começará em 2021 e que tem como visão uma transformação da economia a uma década: "No dia 25 de Abril pensei escrevi o plano na cabeça e nos dois dias seguintes pu-lo no papel", disse Costa Silva em entrevista à RTP.
O papel de Costa Silva, como conselheiro do primeiro-ministro, será o de desenhar o plano de retoma, como avançou o Expresso no fim de semana e demorará meses. O gabinete do primeiro-ministro confirmou ontem a nomeação de Costa Silva num regime de "pro-bono", como "contributo cívico" e o próprio considera "especulações sem fundamento" as notícias que o dizem a caminho do executivo. A entrada do empresário causou alguma agitação nos partidos no fim de semana, que se recusaram a negociar com o enviado especial do primeiro-ministro e a tarefa deste acabaria por ser adaptada às novas circunstâncias. Costa Silva diz que não vai negociar com os partidos, como o Expresso tinha referido, mas vai elaborar o programa. “Os partidos têm razão. Tenho imenso respeito pelos partidos. A minha missão não é negociar, é fazer o plano. Quem vai negociar, fazer as escolhas, e estabelecer prioridades, é o Governo”, disse na entrevista à RTP. O plano inicial do primeiro-ministro era de o pôr em contacto tanto com partidos como com parceiros sociais.