Marcelo Rebelo de Sousa saiu de casa neste primeiro dia útil de desconfinamento para ir a uma livraria no Chiado, em Lisboa, e foi de lá que distribui responsabilidades pelo que aconteceu nas comemorações do 1º de Maio, dizendo que foram as "autoridades sanitárias" que assim o permitiram. "Quem tem poder para decidir, decide", disse em respostas aos jornalistas.
Marcelo Rebelo de Sousa nunca incluiu o Governo nesta resposta, mas sacudiu a responsabilidade de Belém, dizendo que o "decreto do estado de emergência dava poder às autoridades sanitárias para apreciarem" os pedidos. Uma clarificação que quis deixar escrita na pedra uma vez que o estado de emergência é uma responsabilidade sua, mas não a forma como foi celebrado, quis vincar.
Nas respostas aos jornalistas, Marcelo evitou responder à letra se tinha gostado de ver a celebração do 1º de Maio na Alameda, mas usou outras palavras para passar essa mesma mensagem. Questionado, repetiu o que disse esta manhã a uma rádio dos Açores, que a sua ideia era que as celebrações do Dia do Trabalhador fossem "mais simbólicas como foi o 25 de Abril", remetendo responsabilidades para quem decidiu. Em contraponto, elogiou a postura da Igreja Católica ao longo destes tempos de confinamento e a decisão de não haver peregrinos na celebração do 13 de Maio. "É um bom exemplo. A Igreja fez bem", disse.
Marcelo, católico, defendeu em várias respostas a posição da Igreja de não fazer celebrações em Fátima com peregrinos até porque é preciso precaver o que poderia acontecer quinze dias depois. "A Igreja não podia estar a dar um exemplo que fosse contra aquilo que são os valores [defesa da vida]". E há que ter em conta que "o que acontecer em maio só e visível em Junho, e se acontecesse um aumento de casos - espero que não aconteça - iriam dizer 'isto foi o 13 de Maio'".
O Presidente da República pede mais paciência aos católicos que "ficaram muito chocados por não haver culto colectivo. Mas vamos esperar um pouco até ao final de Maio", pediu.