Em tempos excecionais, um debate quinzenal excecional. E atípico. Os vários partidos foram a jogo e não esqueceram as denúncias que vão chegando sobre a falta de material médico nos hospitais, ou sobre a falta de apoio à tesouraria das empresas, ou ainda de práticas “ilegais” de despedimentos em vários setores. Mas deixaram a retórica de lado e apostaram antes numa estratégia de contenção. António Costa agradeceu o gesto e aproveitou para deixar quatro notícias a seguir esta semana: na quinta-feira será concluído o quadro legislativo que permitirá aos bancos concederem moratórias nos empréstimos a particulares e empresas; o Governo está em conversações com o setor da hotelaria para que possam receber doentes (não graves) em isolamento e aqueles que, estando internados, já dispensam cuidados de maior; que as medidas de apoio aos pais que estão em casa serão suspensas durante as férias da Páscoa; e ainda que já está a ser preparado um protótipo de ventilador made in Portugal, que deverá ser testado na próxima semana. Sem esquecer uma hipótese que é cada vez mais uma evidência: o fecho das escolas pode ir “muito além” das férias da Páscoa e que o terceiro período deverá ser em casa.
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Covid-19. Com pressão à esquerda e à direita, Costa poupado no Parlamento
Antigos parceiros de ‘geringonça’ exigiram um combate aos despedimentos e intervenção contra privados. Direita quer mais agilidade na economia. E todos pediram mais meios e testes. Só o PSD resistiu em entrar em choques ideológicos. António Costa respondeu a uns e a outros com a ciência e a realidade: “Temos de gerir estas medidas com gradualidade"