Uma semana após a Comissão Europeia ter aconselhado os Estados-membros a limitarem ou excluírem a participação de fornecedores de "alto risco", como a Huawey, no desenvolvimento das redes de 5G, o Governo português prepara-se para alinhar pela bitola europeia. A decisão deve ir esta quinta-feira a conselho de ministros e, embora sem banir a tecnológica chinesa, o Executivo prepara-se para aderir às limitações aconselhadas por Bruxelas.
"Há um ano identificámos o problema, apresentámos um relatório no verão, temos vindo a trabalhar com os nossos parceiros europeus e faremos o que temos dito: convergir com a UE", afirmou ao Expresso fonte governamental. Em causa está a adoção de restrições a fornecedores considerados de alto risco, podendo ser seguida a indicação de Bruxelas de garantir que cada operador utilize vários fornecedores para evitar ou limitar dependências de um único".
O documento aprovado em Bruxelas em finais de janeiro foi intitulado "caixa de ferramentas", com recomendações de acções-chave para mitigar possíveis ciberataques, ações de espionagem ou outro tipo de problemas relacionados com a utilização desta nova tecnologia.
Em maio, o então secretário de Estado adjunto e das comunicações, Alberto Souto Miranda, disse que o Governo português estava a seguir com atenção o modelo alemão por se tratar "de uma abordagem virtuosa que, em vez de banir uma empresa em si mesma, adota um regulamento de segurança em que qualquer empresa tem de passar por esse crivo". As questões de segurança ganham assim primazia, a par da qualidade e dos custos, na escolha das tecnológicas.