As negociações para o que será o próximo orçamento europeu estão empatadas entre dois grupos de países, mas há bons indicadores, acredita Margarida Marques, que podem “desbloquear” o impasse em que se encontra o próximo quadro financeiro.
A eurodeputada portuguesa, que faz parte da equipa de negociação do Parlamento Europeu, esteve esta segunda-feira em Zagreb, na Croácia, numa reunião com o Governo croata, que preside desde o início do ano à União Europeia. Depois da conversa com o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, Margarida Marques acredita que este país está “empenhado” em fechar estas negociações durante a sua presidência, que termina a meio deste ano. “Percebemos a mobilização e tentativa de conseguirem um acordo”, diz ao Expresso, relatando a reunião. Contudo, a eurodeputada não acredita que seja possível um “acordo político” já na reunião do Conselho Europeu do próximo dia 20 de Fevereiro. Podem aparecer novidades - e até algumas aproximações -, mas não um acordo. “Não acho que haja acordo, mas sim que a reunião servirá para desbloquear as negociações”, acredita.
Margarida Marques lembra que Andrej Plenkovic estará na reunião dos Amigos da Coesão, em Lisboa. A reunião dos Amigos da Coesão foi marcada pelo primeiro-ministro, António Costa, na semana passada para tentar juntar os países que apoiam que não deve haver um corte nos fundos da Coesão, tal como o Expresso noticiou.
Ao todo são quase duas centenas de países que puxam por um orçamento que não corte nos fundos da Coesão e que querem ir mais além na percentagem que deve ter o orçamento. Holanda, Áustria ou Alemanha estão entre os que querem encolher o orçamento comunitário para 1% da riqueza europeia, abaixo dos 1,11% da proposta pela Comissão Europeia, que em si já pressupõe cortes. Costa defende que se deve manter a contribuição atual de 1,16% do Rendimento Nacional Bruto (descontando a parte dos britânicos), para evitar cortes e financiar novas políticas.
A socialista diz que sentiu os croatas empenhados em defender os fundos da Coesão, tanto que o primeiro-ministro croata estará na reunião, apesar de não assinar a declaração final, mostra o seu apoio a este grupo.