Política

Joacine pede desculpa e aponta para a “dificuldade de comunicação” com a direção do LIVRE

“Foram três dias de contacto infrutífero para saber dos posicionamentos da direção”, revela a deputada única do LIVRE

Joacine Katar Moreira acaba de reagir às críticas de que tem sido alvo pelo próprio partido, desde que decidiu optar pela abstenção perante a iniciativa do PCP de condenar a "nova agressão israelita a Gaza", aprovada na sexta-feira no parlamento. Para o partido, tratou-se de um voto "em contrassenso" com o seu programa e as suas posições. A deputada única pede “desculpa a todas as pessoas palestinianas e todas as outras que se sentiram lesadas e defraudadas” pela sua abstenção, mas aproveita para deixar críticas à atuação da direção do LIVRE.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, Joacine assume “total responsabilidade pelo voto” e recorda que não representou “aquilo que tem sido desde sempre a minha posição pública sobre esta temática. “Condeno totalmente as ofensivas israelitas sobre a Faixa de Gaza e toda a repressão que o povo palestiniano tem sofrido a nível de bloqueios económicos, pressões e perseguições e da implementação dos colonatos israelitas.”

No mesmo texto, a deputada única atribui a abstenção à “dificuldade de comunicação” entre si e a atual direção do LIVRE”. “Foram três dias de contacto infrutífero para saber dos posicionamentos da direção relativos ao sentido de voto das propostas que nos chegaram, onde esta constava”.

Refere ainda que decidiu abster-se “por prudência”, uma vez que “o texto do PCP era omisso em relação à questão da negociação para a paz”, quando o LIVRE sempre defendeu a “necessidade de diálogo entre as partes envolvidas”. Foi com surpresa que recebeu “a posição da direção do partido, o Grupo de Contacto, a distanciar-se da abstenção.”

Na sexta-feira, em plenário da Assembleia da República, foi aprovado um voto apresentado pelo PCP de "condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas", texto que teve votos contra de PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, bem como a abstenção da deputada única do Livre, Joacine Katar Moreira, e do deputado socialista Ascenso Simões.