São vários líderes da extrema-direita, uns políticos e outros líderes religiosos. Todos cristãos e de vários países, formam um grupo que está reunido desde quinta-feira em Fátima, segundo adianta o jornal Sol. O encontro, sem agenda conhecida, foi organizado por uma rede de legisladores católicos (International Catholic Legislators Network, ICLN) que promove a formação de políticos cristãos que se encontrem no ativo.
Entre os participantes, segundo o mesmo jornal, estão Viktor Órban, primeiro-ministro húngaro, e que tem estado em voga pelos piores motivos, Mick Mulvaney, chefe de gabinete de Donald Trump, Ignatius Aphrem II e Yousef III Younan, patriarcas nas igrejas ortodoxas e católicas sírias, respetivamente, e Christoph Schönborn, arcebispo de Viena e um dos fundadores da organização.
Também o cardeal chinês Joseph Zen Ze-kiun marca presença. Crítico acérrimo do acordo que o Vaticano assinou no ano passado com o Governo de Pequim, por achar que o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, ajudou a estabelecer um acordo que considera ter sido uma traição aos católicos que foram perseguidos durante anos a fio e detidos na China.
A realização deste evento, preparado em absoluto sigilo, obrigou ao destacamento de um forte dispositivo policial que reúne cerca de duzentos militares, numa operação financiada pelo Estado, ao qual compete a salvaguarda da segurança dos representantes de países estrangeiros em Portugal.
A organização do encontro não está relacionada com o Santuário de Fátima, alegadamente, que apenas recebeu um pedido do grupo para fazer algumas celebrações. O pedido foi aceite, assim como é comum serem aceites todos os pedidos de grupos cristão, ainda que não sejam católicos.
As celebrações contam ainda com vários cardeais importantes, incluindo muitos eleitores. É por essa razão que não foi apresentado qualquer pedido ou parecer ao Vaticano sobre o pedido de utilização de espaços do santuário e também por serem pessoas reconhecidamente católicas.
O evento não teve qualquer divulgação a nível nacional, sendo encarado, por isso, como secreto. Só o aparato das forças de segurança junto ao hotel onde decorrem as sessões e a azáfama na zona do santuário com o reforço das operações de vigilância em todo o país deixam transparecer a importância e dimensão do encontro.