Política

Francisco Assis sai em defesa de Vítor Constâncio

Perante o silêncio dos seus pares, em particular do Partido Socialista mas também no Governo, o ex-deputado europeu fez chegar aos jornais um texto em que defende a honra do antigo governador do Banco de Portugal

Intitulado Declaração Pública, Francisco Assis, militante do Partido Socialista e ex-deputado ao Parlamento Europeu, fez chegar às redações um artigo em que defende a honorabilidade de Vítor Constâncio.

O ex-governador do Banco de Portugal tem sido acusado, no âmbito das declarações à comissão de inquérito parlamentar da CGD, de omitir senão mesmo mentir. "Tenho assistido com crescente repugnância a um insólito processo de linchamento moral, cívico e profissional de um homem impoluto e superior como é o dr. Victor Constâncio. Recuso-me a participar com o contributo do silêncio nessa infame campanha".

Recorde-se que Vítor Constâncio tem sido acusado na imprensa, ou mesmo no Parlamento, de ter autorizado os empréstimos de 350 milhões de euros com que Joe Berardo entrou no capital do BCP, e que se mostraram ruinosos para a CGD. "Victor Constâncio deu sobejas provas ao longo da sua vida de ser exactamente o contrário daquilo que agora se pretende insinuar que ele é. Homem de excepcional brilho intelectual , economista de escol, politico rigoroso e dotado de um sentido de Estado que o levou enquanto secretário geral do PS e então lider da oposição a viabilizar activamente uma revisão constitucional imprescindivel para o país, Victor Constâncio é uma das grandes figuras da nossa vida pública democrática", continua Francisco Assis no texto que enviou para vários títulos da comunicação social.

A mais recente atividade de Vítor Constâncio na vice-presidência do Banco Central Europeu também é referida: "Nos últimos anos, no desempenho das funções de vice-presidente do BCE , prestou grandes serviços à Europa no seu todo e aos países economicamente mais débeis, como é o caso de Portugal, em particular" para mencionar explicitamente a sua anterior passagem no Banco de Portugal, de que foi governador a partir de 2000.

"A sua acção como Governador do Banco de Portugal pode e deve ser escrutinada. Só que esse escrutínio tem de obedecer a principios de rigor e seriedade e incompativeis com a verborreia demagógica a que temos assistido nos últimos dias", acrescenta, para concluir: "É por ter a certeza que Victor Constâncio é um homem sério e singularmente qualificado no plano económico que ao longo da sua vida prestou relevantíssimos serviços ao país que decidi tomar esta posição. Na vida publica há silêncios que desonram quem neles se refugia. Por isso aqui está a minha palavra".