O comité central do PCP está reunido desde as 11h desta terça feira. Em cima da mesa está a "profunda análise" dos resultados obtidos nas eleições europeias mas, a avaliar pelas declarações do líder, pouco se adiantou sobre as conclusões já tiradas na noite eleitoral.
Como de costume, Jerónimo de Sousa veio falar aos jornalistas num intervalo da reunião para dar conta do sentido da reunião. "Está a correr bem", resumiu o secretário-geral do PCP, que explicou o desaire eleitoral por "diversos fatores", não omitindo porém que "o PS possa ter capitalizado" com a quebra do eleitorado comunista.
Mas nem Costa nem o PS se tornaram alvos diretos. "Esta legislatura ainda não terminou e nos próximos meses há ainda muito trabalho a fazer no parlamento" , lembrou Jerónimo, que coloca na lista de encargos a questão das alterações da lei laboral, o aumento do salário mínimo ou a leis de bases da habitação e da saúde.
Ate ao lavar dos cestos é vindima e Jerónimo reafirma os votos feitos em 2015. "Não estamos arrependidos, voltaríamos a fazer o mesmo", forçando a nota de que é preciso "andar para a frente" e não "voltar para trás".
Quanto ao impacto da nova aliança política sobre o eleitorado tradicional do PCP, Jerónimo preferiu não tirar conclusões e muito menos fazer extrapolações sobre a hipótese de um novo desaire eleitoral nas legislativas.
Em alternativa, explicou a quebra nas europeias pela "especificidade" destas eleições, pelo facto de as comparações estarem a ser feitas com 2014, "o ano em que a CDU registou o melhor resultado dos últimos 25 anos", e também por o PCP e alguns dos seus mais altos dirigentes terem sido alvo de "uma campanha de mentiras e calúnias" sobre a "nossa honestidade" . Tudo produzido por "centros de decisão articulados" e que no final "causaram mossa".