Graça Fonseca afirmou esta quinta-feira que os ministérios da Cultura, Justiça e Finanças estão articular para defender a “imperiosa necessidade de garantir a integridade, a não alienação e a fruição pública” das obras que fazem parte da intitulada Coleção Berardo. Ficou por esclarecer quais as medidas que vão ser tomadas.
A ministra da Cultura, que falava à saída da reunião do Conselho de Ministros, afirmou que o Governo “tem ao seu dispor as necessárias e adequadas medidas legais para garantir” os objetivos referidos e que não vai dar a Joe Berardo “a satisfação de as antecipar”. Uma declaração que sublinha a intenção do Governo em impedir que a coleção, constituída por mais de 800 obras, seja dispersa, vendida ou afastada do olhar do público. Relembre-se que, no passado, o Estado impediu a saída de 16 obras para o Reino Unido, indeferindo um pedido da Associação Berardo para a que essas peças circulassem fora do país, tal como foi noticiado pelo Expresso.
Graça Fonseca considerou ainda que as declarações e “posição” do empresário na comissão parlamentar realizada na semana passada são “insultuosas e inadmissíveis”, referindo-se, em concreto, ao facto de Berardo ter dito não ter “dívidas pessoais” à Caixa Geral de Depósitos e que a garantia que a Caixa tem sobre os empréstimos concedidos são os títulos da Associação Coleção Berardo e não as obras de arte em si.