Política

PCP expulsa crítico da ‘geringonça’

Comissão Central de Controlo condena ex-dirigente local por usar Facebook para “campanha contra o partido”

Guilherme Antunes continua a defender o centralismo democrático marxista-leninista. Mesmo depois de expulso do PCP, não quis ser fotografado pelo Expresso
Ana Baião

Guilherme Antunes tem 69 anos e, durante dez anos, fez parte da direção política da concelhia do PCP de Cascais. Esta semana recebeu, como “um soco no estômago”, a nota de expulsão emitida pela Comissão Central de Controlo do partido, o órgão máximo da disciplina comunista. A lista de acusações é vasta e inclui as “várias publicações nas redes sociais” em que o militante criticou a direção e a decisão de manter a ‘geringonça’ com o PS, apesar de se terem acentuado as divergências entre os dois partidos. “Calúnias” e um comportamento “indigno de quem se afirma comunista” foram alguns dos motivos invocados para lhe retirar o cartão de militante.

Mas há mais. Guilherme Antunes é acusado de ter desviado dinheiro dos cofres da concelhia do PCP e de ter ficado com quotizações de militantes, num processo em que o antigo dirigente garante nunca ter sido ouvido. Nega ter feito qualquer aproveitamento financeiro, no que considera ser uma “campanha negra, uma vilania inominável e uma indecência”. Acusa: “Visa pôr em causa a minha honra.” “É um processo kafkiano” e de “verdadeira perseguição política”, resume ao Expresso. Os pormenores do “processo” que terminou com a sua erradicação do PCP, foram registados durante o último mês, na sua página de Facebook.

Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. Pode usar a app do Expresso - iOS e Android - para descarregar as edições para leitura offline)