Política

Ronaldo. Marcelo estuda espaço na lei para manter condecorações

Presidente pediu ao Conselho das Ordens para avaliar se Ronaldo pode manter as condecorações nacionais. Coima adicional paga pelo futebolista pode limpar-lhe o cadastro. Marcelo aguarda parecer, mas vê espaço para a absolvição

Reuters

O Presidente da República pediu um parecer ao Conselho das Ordens sobre o caso Ronaldo. Marcelo Rebelo de Sousa quer saber se o facto de o futebolista ter pago uma coima para substituir a pena suspensa de 23 meses a que foi condenado em Espanha lhe permite manter as condecorações que recebeu do Estado português. O jurista Marcelo, apurou o Expresso, vê espaço para a absolvição.

Cristiano Ronaldo foi condecorado em 2014 por Cavaco Silva com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. E em 2016 por Marcelo Rebelo de Sousa com a Grã Cruz da Ordem de Mérito.

De acordo com a Lei das Ordens Honoríficas Portuguesas, um cidadão condecorado "perde automaticamente o título que lhe foi concedido se for condenado por sentença judicial transitada em julgado pela prática de crime doloso punida com pena de prisão superior a três anos". E entre os deveres dos condecorados encontra-se o de "regular o seu procedimento público e privado pelos ditames da virtude e da honra", preceito que pode chocar com o caso de Ronaldo, condenado por fuga ao fisco a 23 meses de prisão com pena suspensa e uma multa de 18,8 milhões de euros.

Marcelo Rebelo de Sousa tem dúvidas, pediu parecer e caberá agora às Chanceleres das Ordens em causa - Manuela Ferreira Leite das Ordens Nacionais e Helena Nazaré das Ordens de Mérito - decidir.

Fonte da Presidência da República admite como provável que o Conselho das Ordens peça a decisão judicial espanhola. Para posteriormente avaliar se a substituição da pena suspensa pelo pagamento de uma coima adicional decidida pelo jogador, permite limpar o registo de cadastro. E se, em caso de resposta positiva, isso é compatível com a Lei das Ordens Honoríficas Portuguesas.