Política

PCP recusa “pessoalizar” nomeação da procuradora

Comunistas atacam PSD, PS e CDS por “instrumentalizarem” nomeação da PGR para efeitos políticos. A Joana Marques Vidal, reconhece “passos importantes na perseguição da criminalidade organizada”

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Cerca de uma hora depois de se ter sabido que Joana Marques Vidal não será reconduzida no cargo de procuradora-geral da República, sendo em vez disso substituída por Lucília Gago, o PCP emitiu um comunicado em que diz ser "tempo de pôr termo à instabilidade criada pelo PSD e o CDS" em torno do assunto, que recusa "pessoalizar".

Tendo-se abstido sempre de assumir uma posição sobre a recondução, ou não, de Marques Vidal, o PCP ataca agora os partidos da direita, mas também o PS e o Governo ("não estão isentos de responsabilidades"), por terem "instrumentalizado a figura da procuradora para os seus objetivos partidários". O CDS foi o único partido que defendeu publicamente a recondução da PGR, tendo o PS insistido, nas últimas semanas, que um segundo mandato à frente da Procuradoria pode prejudicar a independência do órgão.

"Hoje, tal como no passado, o PCP continua a recusar a pessoalização na abordagem deste assunto, privilegiando a consideração e valorização da estrutura e dos magistrados", prosseguem os comunistas na nota enviada às redações.

Sobre Marques Vidal e os seus anos à frente da PGR, o partido diz "reconhecer passos importantes na perseguição da criminalidade organizada", apontado, no entanto, para um problema que diz persistir: a violação frequente do segredo de justiça. Já quanto à nova procuradora nomeada por Marcelo Rebelo de Sousa, Lucília Gago, o partido diz apenas que a escolha deve garantir "aprofundar a autonomia da magistratura do Ministério Público", "superar os constrangimentos que todos reconhecem na investigação e apuramento de responsabilidades em matéria de criminalidade económica e financeira" ou resolver "a carência de meios materiais e humanos" sentida pela estrutura.