O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que o principal resultado das suas visitas oficiais à Bulgária e à Roménia está no plano político, não só porque foi possível encontrar pontos de convergência nas políticas europeias, como pelo facto de se ter conseguido salvar o Centro Norte-Sul, um organismo do Conselho Europeu com sede em Lisboa e que se encontra em "perigo de extinção".
"Portugal precisa de aliados para poder defender os seus interesses", justificou o Presidente, salientando os vários pontos onde coincidiram as opiniões tanto das autoridades búlgaras como romenas, a saber, os dossiês energético, investimentos do Plano Juncker, as migrações e a política de vizinhança.
Quanto ao Centro Norte-Sul, criado sob uma proposta do próprio Cavaco Silva quando era primeiro-ministro, disse que foi possível mantê-lo devido à já anunciada adesão da Bulgária e da prometida adesão da Roménia.
"O limite mínimo eram 16 membros, conseguimos 17", afirmou, salientando que se tratava de boas notícias para o Conselho da Europa e para Portugal, na medida em que o Centro Norte-Sul desempenha um papel importante no diálogo intercultural, em particular com o mundo islâmico.
Dimensões da viagem
Cavaco Silva salientou as várias dimensões deste "percurso balcânico" - político, económico e cultural e referiu que todos foram positivos. Do ponto de vista económico, disse, recebeu várias solicitações de empresários para dar "visibilidade política" ao esforço de exportações que está a ser feito nestes países.
De um ponto de vista cultural, sublinhou os acordos de cooperação da língua, cultural, da ciência, educação e desporto.