Nasceu a 10 de setembro de 1970, em Lisboa, é dono de uma voz inconfundível e um dos atores portugueses que mais cartas tem dado fora do país. Participou em várias séries estrangeiras como Narcos, No Limite (Shameless) ou a Rainha do Sul e, mais recentemente, no elenco principal da série portuguesa Rabo de Peixe. Estudou no Colégio Moderno, licenciou-se em Arquitetura, fez muita televisão e muitas viagens para fora do país.
Aos 9 anos foi viver para a Venezuela, Caracas, com pais e irmãos, e foi lá que ganhou mundo. “Somos três irmãos, eu sou o do meio e o meu irmão mais velho só sabia dizer pê, pê, pê e ficou: PêPê”.
Bom aluno a tudo, Pêpê teve dificuldade em escolher uma só área profissional: “Gostava de tudo. Ainda hoje gosto. Põe-me a arranjar canalizações e eu sou feliz. Põe-me a plantar batatas e eu sou feliz. Juro-te que sou feliz. Gosto mesmo de tudo. Tudo o que vejo é uma paixão, é devorar a vida.”
Casado com a atriz Mafalda Vilhena, “a pessoa com a maior inteligência emocional que conheço, continuo a aprender coisas com ela”, tem nas suas duas filhas, de 18 e 14 anos, a maior inspiração. “Eu digo: amem este país, fiquem cá, votem, etc. Mas não há como convencer ninguém a ficar, eu seria o primeiro a ir-me embora, pá lamento, dizê-lo.”
Em entrevista ao podcast Geração 70, Pêpê Rapazote fala do teatro “que não paga as contas da mercearia”, elogia a série Rabo de Peixe e o realizador Augusto Fraga, e traça objetivos a curto prazo: “Estou a tentar entrar no mercado das plataformas de streaming, um bocadinho como Rabo de Peixe na Netflix, contando histórias portuguesas em português. É isso que eu quero fazer pelo meu país”.
Muito crítico em relação ao estado da política em Portugal, diz que “a democracia portuguesa é uma desilusão” e que é preciso uma “limpeza total”: “eu sou de uma geração que deu origem a grandes desilusões aos portugueses, designadamente associadas à corrupção”. Afirma que não existe meritocracia e vai mais longe: “Eu sou da geração das juventudes partidárias que fazem vida política e não tiveram capacidade para acabar sequer o liceu”.