Volto a contornar a ilha da fruta, como esses automobilistas hesitantes que dão várias voltas à rotunda. Vejo uma saída. Ameixas. Está na época delas. Não como uma ameixa decente desde que era miúdo e trepava às árvores. No parque havia uma ameixeira boa que pintava o chão. Íamos para lá namorar e lambuzávamo-nos de beijos e de ameixas. O sumo escorria-nos pelo queixo e pela roupa. As ameixas dos supermercados de hoje, por seu lado, podem ser espremidas que não se lhes saca uma gota. Servem para jogar hóquei, não servem para comer, muito menos para beijar.
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A última ameixa
A mando da indústria, os cientistas criam variedades de laboratório lindas e imprestáveis