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Opinião

Deus queira que seja apenas uma guerra, e não uma piada

O mundo está diferente, mas nós estamos entretidos a discutir se o facto de alguém se rir de nós faz ou não dói-dói à saúde mental

Um ano antes do início do conflito mundial já as tensões que conduziriam à Primeira Grande Guerra se faziam sentir há muito. O crescimento dos nacionalismos, a corrida ao armamento e as disputas territoriais (como a questão da Alsácia-Lorena) combinaram-se para gerar um ambiente que redundou na tragédia que conhecemos. Mas, precisamente em 1913, surgiu na Europa e nos Estados Unidos um debate bastante intenso sobre a seguinte questão: será o tango uma dança decente ou porca? A discussão, muito acalorada, levou a que o tango chegasse mesmo a ser proibido em várias cidades e países, por ser nocivo até para a saúde mental. “As autoridades médicas têm ultimamente expressado a opinião de que estas danças censuráveis são desgastantes para os nervos e, se continuadas, acabarão por minar tanto a saúde como a moral”, escrevia-se nos jornais.