Os lucros anormais foram um dos temas de discussão nos anos da inflação alta. Vivíamos todos desatentos quando a invasão da Ucrânia em cima dos estrangulamentos da pandemia sobressaltaram toda a gente. Em dois anos, 2022 e 2023, o índice de preços subiu tanto quanto nos 14 anos anteriores. Já se sabe como as pessoas se comportam nestas situações. Diminui o rendimento real (descontado da inflação) e cai o consumo. Até porque salários e pensões são sempre mais lentos a reagir. Pior ainda se, como aconteceu, o Banco Central Europeu subir juros e fizer disparar as prestações dos créditos. Menos dinheiro no bolso implica fazer escolhas: cortar no que não é essencial e otimizar no que é prioritário. Compram-se menos bens duradouros e privilegiam-se bens de primeira necessidade.