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Opinião

Programa do PS e o debate que interessa: para todos ou para alguns?

Além das caríssimas borlas fiscais para minorias, Portugal foi o segundo país europeu que mais aumentou a despesa. Mas, quando chegam as promessas do PS, diz-se que quer dar tudo a toda a gente e anuncia-se outra vez o Diabo. Se querem outro debate para além da miséria ética do primeiro-ministro, talvez seja este: para todos ou para alguns? Seria refrescante. Talvez ajudasse a destruir o viés classista da análise mediática

Os anúncios do programa do PS surpreenderam-me por mostrarem alguma ambição distintiva, que é a vantagem que a direita tem tido nas últimas décadas. As reações de alguns, pelo contrário, não me surpreenderam. São sempre mais ou menos as mesmas. Tudo o que se distinga da agenda da direita é radical. Em cima do acontecimento, sem a possibilidade de ter feito qualquer análise, Luís Montenegro comparou Pedro Nuno Santos a José Sócrates, um paralelo arriscado na circunstância em que o primeiro-ministro se encontra.