Tenho acompanhado com interesse a nova categoria de pessoas a que se chama incel e verificado que não é uma nova categoria de pessoas. Incel quer dizer celibatário involuntário. São jovens que gostariam muito de não ser celibatários mas nenhuma mulher se interessa por eles. No meu tempo, chamávamos a esse tipo de pessoa “adolescente”. A diferença para o incel é que o adolescente sabia, ou pelo menos tinha a forte desconfiança de que a situação em que se encontrava era da sua exclusiva responsabilidade. Nenhuma mulher se interessava por ele porque ele não era interessante. E ele fazia todos os esforços para colmatar essa falha. Mas o incel acredita que a culpa de nenhuma mulher se interessar por ele é do sexo feminino inteiro — que, por isso, odeia. Há vários problemas neste raciocínio. Suponhamos que um jovem gostaria de ser milionário. Para sua infelicidade, não consegue, e continua a ser um pelintra. É um pelintra involuntário. Um inpel. Em princípio, ele não passa a odiar o dinheiro. Compreende que não tem um direito natural à riqueza. Que terá de se esforçar para a obter. Ou herdar. Do mesmo modo, certas pessoas têm dificuldade com a matemática. Embora não consigam compreender a matemática, compreendem ao menos que a culpa não é da matemática. Outras pessoas não jogam muito bem à bola. Raramente atribuem culpas à bola. E assim sucessivamente.
Exclusivo
Nomes novos para coisas antigas
Incel quer dizer celibatário involuntário. São jovens que gostariam muito de não ser celibatários mas nenhuma mulher se interessa por eles. No meu tempo, chamávamos a esse tipo de pessoa “adolescente”