É cada vez mais indiscutível a relevância da oferta cultural para o posicionamento das cidades e para a qualidade de vida das populações. É cada vez mais evidente que a vitalidade das indústrias criativas, do universo das artes e do espetáculo, são fatores determinantes para a atratividade dos centros urbanos e para a fixação de talento. É cada vez mais consensual que estas valências não são questões de nichos, devem antes ser encaradas como eixos de desenvolvimento de elevado impacto para todas as comunidades. Lisboa é hoje um exemplo muito concreto do papel que a cultura e a criatividade podem desempenhar na construção de uma cidade vibrante, aberta, moderna, orientada para o futuro e para a valorização das pessoas.
Os últimos tempos têm sido particularmente fortes na afirmação de Lisboa como uma metrópole com novas dinâmicas, novos equipamentos de primeiro nível, novas propostas que são marcantes em qualquer parte do mundo. Apenas no espaço dos últimos seis meses, inaugurou o elegante Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian; o espetacular MUDE-Museu do Design, promovendo a fileira nacional do design e da moda, em plena Baixa; o Teatro Variedades, no Parque Mayer, com um oportuno conceito de espaço de acolhimento para receber produções independentes; assim como a revitalizada Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, apresentando exposições contemporâneas em diálogo com o acervo histórico.
Há que sublinhar que este reforço da oferta resulta da junção de várias vontades, tanto públicas como de instituições privadas, envolvendo políticas municipais consistentes assim como apostas arrojadas da sociedade civil e de fundações. É todo este convívio colaborativo, este diálogo fluído, que têm contribuído para a transformação do panorama cultural da cidade. E será positivo que continue a vingar este espírito de inovação, partilhado entre a liderança da autarquia e as entidades culturais, para que proliferem projetos de envergadura, consolidando o posicionamento da capital.
Também as políticas transversais do executivo de Carlos Moedas têm vindo a promover o setor e a fomentar o desenvolvimento de novos hábitos, através de ações como a disponibilização do passe cultura, os investimentos nos teatros em cada bairro, o programa de estímulo ao setor dos media, e o apoio à realização de festivais de cinema. Estas várias iniciativas – e cada uma deve com naturalidade ser periodicamente avaliada e calibrada – são peças relevantes, com impacto demonstrado nos respetivos domínios. É interessante verificar que esta dinâmica está mesmo em andamento, e não vai abrandar.
Na zona de Belém, por exemplo, cada vez mais um verdadeiro cluster das artes, para além dos muito ativos MAAT e CCB, e da realização do ARCO.Lisboa na Cordoaria Nacional, irão inaugurar nos próximos meses três novos equipamentos: o MACAM, o Pavilhão Julião Sarmento e a Coleção de Arte Contemporânea da CML-Lisboa Cultura, que finalmente será exposta ao público em permanência. É obra!
Olhando para a frente, há que aprofundar estas políticas que têm gerado tanto impacto na cidade. Há que consolidar a energia positiva e as boas práticas dos tempos recentes. E há que prosseguir com esta atitude de fazer cultura, promover cultura, inovar na cultura.