No apogeu do Estado Novo, o salazarismo exercia parte do seu controlo sobre o tecido empresarial português através de multas que passava, mas não cobrava. Em caso de violação dos limites do condicionamento industrial ou de qualquer outra lei, os governos de Salazar anunciavam penalizações à respetiva empresa sem, na maioria dos casos, executarem a coima. À distância, o exercício poderá passar um tanto absurdo. O certo é que, como política de dirigismo económico, funcionou. O regime político controlava as empresas do regime, não sendo seu proprietário, gestor ou acionista, mas fruto da constante nuvem de algo por cobrar sobre a cabeça de cada um. Não se tratava, evidentemente, de um mecanismo democrático ou remotamente liberal. A natureza do regime, afinal, também não era essa.
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O condicionamento tarifário e as suas consequências
Mantendo-se o modus operandi, a América sairá do segundo mandato do sr. Trump sem palavra e sem aliados