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Opinião

Ide comer ao Martim Moniz

Apareçam nos meus bairros do morro a norte de Lisboa e comam naqueles restaurantes sem pinga de cool, apareçam no Martim Moniz para um caril

Há 15 anos talvez, na época em que a zona começava a perder a hegemonia chinesa, eu costumava almoçar num boteco chinês clandestino no Martim Moniz com um amigo que andava por ali em trabalho; não posso dizer qual era esse trabalho, senão ainda acabamos presos. Mistério à parte, sentia-me um agente à paisana a entrar num mundo paralelo, que, à partida, só era acessível aos locais: os chineses do lado esquerdo da rua e os bengali do lado direito; à esquerda “Big Trouble in Little China”, à direita “Indiana Jones e o Templo Perdido”. Só que o meu amigo conhecia as senhas invisíveis daquele mundo alternativo e os donos não tinham outro remédio senão deixar-nos entrar.