Exclusivo

Opinião

A tomada de posse dos donos do mundo

Aqueles três homens, ali sentados em lugar de honra na posse de Donald Trump, juntos, detêm mais poder real que toda a UE e que metade da Humanidade

Na longa, trapalhona e grandiloquentemente ridícula cerimónia de tomada de posse de Donald Trump como 47º Presidente dos Estados Unidos era impossível não reparar (e eles próprios tudo fizeram por isso...) no destaque dado ao que Joe Biden, na sua despedida, chamou a oligarquia dos ultra-ricos, que estará a tomar o poder na América. Colocados de frente para as câmaras, logo atrás dos ex-Presidentes, a sua posição protocolar visava, sem subterfúgios, assinalar bem a importância que vão deter na nova Administração: na Casa Branca de Trump, como na corte de Estaline, estas coisas não são pormenores. Assim, lado a lado, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos e Elon Musk, três dos quatro homens mais ricos do mundo, olhavam de frente e triunfantes as mais de oito mil milhões de almas planetárias cujos destinos, em larga medida, já controlam. “America first, the world next.” Ou o contrário: agora que já controlam o resto do mundo, vão controlar os Estados Unidos, o seu único concorrente.