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Opinião

E Elisa Ferreira?

Com Centeno fora, o campo fica aberto para o desastre seguro de Seguro. Tirando a notoriedade, que se conquista na mais personalizada das campanhas, Elisa Ferreira tem o que é preciso para ser a candidata da área do PS: mulher, pouco desgastada, respeitada e sem anticorpos no centro, na esquerda e dentro do PS. Mas se for Seguro, mesmo com apoio do PS, que venha Sampaio da Nóvoa

Sem conhecermos as candidaturas, as sondagens sobre as presidenciais são das invenções mais absurdas do comércio politico-mediático. Até a distribuição dos espaços políticos é uma incógnita. Ou temos candidatos do mesmo espaço a competirem por eleitores que nunca estarão, de facto, divididos, porque se um avançar outro fica de fora; ou o voto não é feito em alternativa e escapa tudo o que interessa. A não ser que um candidato seja muito impopular ou muito popular, nem sequer é relevante o que os eleitores pensam deles neste momento. Sampaio da Nóvoa, que quase ninguém sabia quem era, teve 23% sem o apoio oficial de qualquer grande partido, cinco vezes mais do que Maria de Belém, muitíssimo mais conhecida. O que interessa é fazer o difícil esforço de projetar o que será cada candidato depois de se dar a conhecer numa campanha desta natureza. A notoriedade não tem a relevância de outras eleições, porque o nível de atenção mediática a todos os candidatos é muitíssimo superior numas eleições ultrapersonalizadas em que não existe, à partida, uma segunda divisão. A mobilização dos partidos é importante (cada vez menos), mas a performance dos candidatos em campanha vale muito mais.