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Opinião

Beatriz Sarlo

Por Luciana Leiderfarb

1942-2024 Foi na terça-feira que, na sequência de um AVC sofrido há três semanas, morreu uma das mais importantes críticas literárias e intelectuais argentinas. Nascida em Buenos Aires, Beatriz Sarlo tem uma obra que explorou como poucas o tema da identidade nacional, além de produzir luminosas considerações sobre, por exemplo, Roland Barthes e Walter Benjamin. Sarlo escreveu mais de uma vintena de livros, entre ficção, crónica e ensaio — “Da Amazónia às Malvinas” (Tinta-da-china) é o único que, em 2017, foi publicado por cá. Professora de Literatura na Universidade de Buenos Aires, onde se formou em Letras, fundou a revista “Punto de Vista”, voz ativa durante a ditadura militar, que dirigiu entre 1978 e 2008. Foi igualmente docente convidada das universidades de Berkeley, Colúmbia, Minnesota, Chicago, Cambridge e Berlim. Na transição democrática argentina, durante os anos 1980, fez parte do Governo de Raúl Alfonsín, naquela que foi a sua única incursão no campo da política, tendo-se posteriormente assumido como opositora dos executivos do casal Kirchner. Atualmente, declarava-se contra a governação de Javier Milei, que descrevia como um “populista de direita de base autoritária”.