Lá atrás, a destruição. O que eram três prédios são agora dois porque o do meio está no chão feito em destroços. Contamos os andares dos prédios que não ruíram: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10. São dez andares. O prédio do meio, o que ruiu, o que agora é espaço vazio e deixa ver um céu de um azul meio neutro, teria provavelmente a mesma altura. Esses dez andares estão agora transformados em entulho, e o entulho chega à altura, talvez, de um primeiro andar. As coisas destruídas ocupam menos espaço, percebe-se agora, pelo menos quando falamos de prédios. A construção dilata, ocupa espaço, dá esse espaço para que lá dentro as pessoas existam e caminhem e durmam e façam comida. Os humanos para viver precisam de espaço vazio. A destruição faz desaparecer num instante o espaço vazio e transforma as coisas firmes em restos.
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Uma Imagem da Guerra
No meio da destruição, a mulher transporta aquele bem precioso como quem leva um ícone sagrado que está vivo. Sim, é um gato