À direita, mas não só, tem sido vendida uma espécie de ideia de que um político conseguir estar no recato anos sem fim quando não tem a ambição de nenhum cargo é uma qualidade. Eu diria que é mesmo o contrário e demonstra pior só querer essa voz quando passa a ter essa mesma aspiração.
À direita, mas não só, parece que ter pertencido a este ou àquele governo voltou a carregar uma cruz de cadastro. Eu diria que grande parte dos contribuintes deste país, onde me incluo, estariam tramados pelo que se veio a saber de um ou outro CEO para quem trabalhou.
À direita, mas não só, Mário Centeno não foi ministro das Finanças de um dos governos mais populares das últimas décadas. O mesmo não chegou a ser quase ridicularizado por uma parte do nosso ‘excelso’ mundo financeiro, económico, acabando mesmo por ludibriar todos os diabos que vaticinavam no seu caminho e elogiado por meia Europa.
À direita mas não só, mais vale ouvir os que contrariamente a uma das enormes qualidades de Mário Soares, não souberam ler e interpretar os sinais dos tempos a seu favor e da democracia, apressando-se rapidamente ontem a olhar para um acordo parlamentar à esquerda como um atropelo aos valores do PS, tal e qual como se estivéssemos na década de 70, 80 e 90 e o próprio peso desses partidos fosse semelhante.
Enganaram-se com estrondo. A descaracterização não existiu. Longe disso. E os ganhos prevaleceram em detrimento de outro tipo de polarização que se teria dado, apenas e só para diminuir o centro-esquerda.
Para constatá-lo, basta olhar para outros partidos congéneres na Europa que foram por outro caminho.
À direita, mas não só, existe ainda um erro de avaliação popular em relação a Mário Centeno que em tudo se assemelha aos que desconfiavam de uma escolha em Marta Temido para cabeça de lista do PS nas europeias.
No fundo, a realidade é simples: só um partido louco é que jogaria pelo Seguro quando pode ter Centeno no atual contexto.
Mas malucos é coisa que não faltam hoje e parece que até os/as melhores se deixam contaminar.