Olhamos para tudo como se fosse absoluto. Não é. Em lado nenhum. Muito menos na economia onde, por definição, tudo é relativo. Sempre que fazemos escolhas — o que consumimos, onde vivemos ou como nos deslocamos, por exemplo — são os preços ou os custos relativos que nos movem. Nos salários é o mesmo, é da sua comparação que resultam as decisões. Não há política de recursos humanos, nas empresas ou no Estado, que sobreviva sem atenção aos salários relativos. Interna e externamente. Infelizmente acontece pouco. Os exemplos estão aí para o demonstrar. Os técnicos do INEM trocam a profissão por empregos em supermercados. Os primeiros-ministros têm enorme dificuldade em atrair quadros do sector privado para os seus governos. Os médicos deixam o Serviço Nacional de Saúde para trabalhar nos hospitais privados. Os jovens mais qualificados emigram.
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O salário é relativo
Políticas salariais desajustadas explicam grande parte dos problemas no Estado e nas empresas