Foram precisas umas sete expedições para que se conseguisse chegar ao cume do monte Evereste. As primeiras ocorreram na década de 1920, há um século. Terão chegado perto. Houve mortes e mistério. Estamos a falar de eventos organizados pelas classes altas britânicas, com regras de cavalheirismo e hipóteses nunca provadas de que em hipoxia se terão quebrado os códigos do montanhismo. Em criança, aprendi muito sobre o Evereste. Só havia a RTP e alguém na programação gostava de documentários sobre este tema. Era a derradeira aventura. Os ingleses foram os primeiros a chegar ao cume em 1953, porém os anos 1970 foram pródigos em documentários sobre homens desesperados e congelados a 50 metros do cume. Mas, portanto, levaram três décadas a chegar ao topo do mundo. Em 2022, Inoxtag, um youtuber francês com 22 anos e 7 milhões de seguidores, daqueles que está sempre em frente ao ecrã e não sai de casa, decidiu anunciar que iria subir ao Evereste. Com ano e meio de preparação e sem ter a mínima ideia do que é uma montanha, chegou ao cume da “Deusa Mãe do Mundo”, a divindade sherpa. Algo mudou. E não, não nos transformámos em super-humanos que sobem montanhas num estalar de dedos.
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Sair do sofá e subir o Evereste? Claro que sim. Vai deixar os meus subscritores felizes por muito tempo