Imaginem que um jovem da Avenida de Roma fugia a uma operação stop, cometendo uma ilegalidade, e saía de um carro já imobilizado. Com ou sem a faca, acham que lhe dariam tiros para o matar? Que ficariam à espera da ambulância, sem qualquer manobra de salvamento? E que, depois disto, ainda fariam uma “visita” à família enlutada? Apesar de Odair Moniz ter cadastro, o perfil que os vizinhos hoje fazem dele contrasta com o da polícia. Do outro lado, temos a PSP de Alfragide, que, num caso de agressão e sequestro de seis jovens da Cova da Moura, em 2015, foi acusada pelos tribunais de mentir. No entanto, os agressores condenados em tribunal viram os seus processos disciplinares arquivados, continuaram no ativo e alguns até foram promovidos. Sem justificar os meios usados, talvez isto ajude a identificar parte da origem da revolta nos bairros das redondezas.
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Na cidade invisível, ninguém é cidadão
Da morte de Odair nasceu uma revolta violenta que dá força aos que, sem fazerem perguntas, condecorariam quem o matou. Quando vier algo semelhante à ordem que aquelas populações merecem, é bom não esquecer que a alternativa ao Estado de direito é a barbárie. E para estes bairros o Estado de direito tem falhado